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Projeto “Ciclo do Bem” é debatido em audiência e pode virar política pública em Cambé

por Pedro Marconi publicado 08/12/2025 14h20, última modificação 08/12/2025 15h28
Projeto “Ciclo do Bem” é debatido em audiência e pode virar política pública em Cambé

Alunos de colégios estaduais participaram dos debates. Autoria: Pedro Marconi

Proposta também institui o Mês Municipal de Conscientização e Arrecadação de Materiais Recicláveis

 

Com foco em sustentabilidade e solidariedade, a Câmara de Cambé realizou na sexta-feira (5) uma audiência pública para avaliar e debater o projeto “Ciclo do Bem”, que prevê a instalação de pontos de coleta de recicláveis em prédios públicos e privados, com os materiais sendo transformados em fonte de renda para entidades sociais. A proposta também institui o Mês Municipal de Conscientização e Arrecadação de Materiais Recicláveis, a ser celebrado anualmente em junho, com ações intensificadas no dia 5, data oficial da campanha.

O PL 71/2025 é assinado pelos vereadores Odair Paviani (PL), presidente da Casa, Ellen Affonso (União), Ademilson (MDB) e André do Carmo (PL). A audiência contou com a participação de alunos de escolas estaduais e da comunidade em geral. Estiveram presentes na audiência os vereadores Viviani Vallarini (MDB), Patrícia da Farmácia (PL) e Pi da Terraplanagem (MDB).

Paviani lembrou que a ideia do projeto surgiu após a visita de três estudantes do Colégio São José — Pedro, Miguel e João — em agosto, quando apresentaram uma iniciativa estudantil de arrecadação de lacres de alumínio e tampas plásticas para converter esses itens em materiais ortopédicos destinados a entidades sociais. “Eles vieram fazer a apresentação para nós e surgiu a ideia de fazer o projeto de lei de incentivo à arrecadação destes materiais. É uma juventude com grandes ideias e entusiasmo para fazer a diferença na nossa cidade”, enalteceu.

A vereadora Ellen Affonso destacou que reservar um mês específico para tratar do tema é uma forma de envolver toda a comunidade. “Quanto mais tampinhas e lacres, mais cadeiras de rodas, muletas, doações de leite e rações vamos conseguir. O objetivo do nosso projeto é oficializar no calendário municipal e autorizar que todos os órgãos municipais, estaduais e privados possam ter o ponto de coleta”, detalhou.

O vereador André do Carmo afirmou que a criação dos pontos de coleta funciona também como uma ferramenta pedagógica. “Na prática, esse projeto não tem custo nenhum para o município. Os espaços públicos são cedidos, mas quem vai dispor das caixas e recolher os materiais são as instituições parceiras”, explicou.

Já o vereador Ademilson frisou que o projeto ainda traz impacto para a saúde pública. “Dentro do projeto fala sobre incentivar a participação da comunidade e das escolas na separação das tampinhas e lacres. Este item, por exemplo, pode ajudar a diminuir a incidência de dengue, já que vai haver redução de tampinhas no ambiente com possibilidade de acumular água parada, o que vai refletir nos postos de saúde, UPA”, comentou.

AÇÕES NAS ESCOLAS
Profissionais da educação também participaram da audiência e avaliaram positivamente a iniciativa. A professora Aumari Aparecida Pagotto, do colégio São José, relatou as ações desenvolvidas na escola. “Nosso projeto de arrecadação começou há três anos, com três alunos da nossa escola. Expliquei para eles o que era uma empresa social, os benefícios. Montamos de forma fictícia essa empresa e entregamos o material para o Hospital do Câncer de Londrina. Todos se empenharam e, ano passado, eles vieram me pedir para fazer novamente, e este ano a diretora sugeriu repetirmos e assim fomos aperfeiçoando”, contou.

O vice-diretor do colégio, Rodrigo Aparecido Rodrigues, destacou o papel da educação na construção de políticas públicas. “O que sempre falamos para os alunos é que nunca percam a oportunidade. Este projeto antes foi só uma ideia. É fruto de perseverança e hoje está vencendo. É importante o impacto social e ambiental que traz.”

A coordenadora pedagógica do ensino fundamental anos finais e do ensino médio do Colégio INSA também apresentou um projeto desenvolvido na instituição. “Em julho iniciamos o projeto ‘Gera Lixo Geral’, que vem para reduzir a produção de lixo e ‘desviar’ 90% dos resíduos que produzimos na escola do aterro municipal. Discutimos com os alunos a diferença de lixo, rejeito e resíduo, os impactos do desperdício e a importância da reciclagem”, pontuou Leila Elvira Pavanelli.

DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL E SOCIAL
O professor doutor Vagner Roberto Batistela, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), fez um histórico das transformações que levaram à maior preocupação ambiental no mundo. “Logo após a Segunda Guerra Mundial, o mundo todo buscou a industrialização. Nessa busca incessante pelo desenvolvimento, as indústrias lançavam os resíduos nos corpos d’água. Quando o poder público conheceu esses problemas, foram tomadas medidas que regularam o lançamento de poluentes no rio. Então, se combate a filosofia do ‘sempre foi assim’. Hoje, precisamos pensar num modelo de desenvolvimento com preservação ambiental e desenvolvimento social”, contextualizou.

O projeto agora deverá ser votado em plenário nas próximas sessões ordinárias.

 

Confira as fotos da audiência pública!



  






 

 

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