Vereadores participam de ato em prol da APAE e contra ação que pode inviabilizar associação
APAE de Cambé atende cerca de 280 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos: 'estamos junto nessa luta nobre'
Os vereadores de Cambé foram para as ruas, na manhã desta quinta-feira (3), demonstrar apoio à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e contra a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 7796. Em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal), a ação protocolada pelas Associações de Síndrome de Down questiona duas leis estaduais, a 17.656/2013 - Todos Iguais pela Educação e 18.419/2015 - Estatuto da Pessoa com Deficiência do Paraná. Na prática, caso o pedido seja deferido pelo Supremo, o trabalho das APAEs, incluindo a de Cambé, ficaria inviabilizado e sem recursos, com os alunos tendo que frequentar os ensinos regulares e em unidades educacionais comuns.
Além de um ato em frente a APAE, na rua Estados Unidos, os familiares, alunos com deficiência, funcionários, vereadores, comunidade e demais autoridades foram em caminhando até o calçadão para alertar a população sobre os riscos da ADI. A APAE cambeense atende atualmente cerca de 280 alunos com deficiência intelectual e múltiplas deficiências. Metade está em idade escolar obrigatória e o restante faz parte do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e do Programa Pedagógico do Currículo Funcional.
Convidado a discursar, o presidente da Câmara, Odair Paviani (PL), frisou a importância do trabalho desenvolvido pela APAE em prol da inclusão e do desenvolvimento das pessoas com deficiência. "A Câmara de Cambé está junto nessa luta e apoia essa causa tão nobre. A inclusão é um direito de todos e o que essa ADI trata é a exclusão do direito de quem prefere as escolas especializadas. Ninguém está cerceando o direito da criança de estudar numa escola pública. Vamos vencer essa luta", destacou.
Presente no ato, a vereadora Viviane Vallarini (PSD), vice-presidente da Câmara, lembrou que no mês passado o Legislativo cambeense aprovou por unanimidade uma moção de apelo endereçada ao STF pedindo a rejeição da ação. "Nós, como representantes do Legislativo, temos que dar o total apoio a essa instituição, que é de grande e suma importância para as crianças atípicas da nossa cidade. Acreditamos que a APAE não pode fechar e estamos sempre unidos em prol da nossa APAE e das famílias", garantiu.
O vereador André do Carmo (PL) frisou que a atuação dos profissionais das APAEs junto aos alunos é de afeto, o que faz diferença na vida de cada criança, adolescente e adulto. "O trabalho da APAE, das professoras, dos colaboradores, resumo em uma palavra: amor. É amor ao próximo, ao cidadão, é amor às pessoas que necessitam desse cuidado especial. Que a APAE conte com os vereadores e os agentes públicos".
'AQUI MEU FILHO ENCONTROU ALEGRIA'
Durante a manifestação, vários pais pontuaram que a impossibilidade das APAEs representa um retrocesso na vida dos alunos, do âmbito educacional ao social. "A APAE não é uma escola, não é uma entidade comum, mas sim uma mãe. Aqui meu filho encontrou alegria. Quando dá meio-dia e meia meu filho pega a bolsa e me entrega, porque quer vir estudar", relatou o pai de uma criança com autismo severo. "A escola é feita pelos profissionais, pais e alunos", reforçou o diretor pedagógico da unidade, Luciano Cil.



