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Na audiência pública, vereadores fazem verdadeiro Raio X dos principais problemas da Saúde de Cambé

por edinelsonalves — publicado 03/06/2019 10h45, última modificação 03/06/2019 14h14

Em cumprimento a Lei Federal 141, foi realizada quinta-feira na Câmara Municipal a audiência pública da Saúde. Com a participação do vice-prefeito Conrado Scheller, da Secretária Adriane Bertan Lombardi que estava acompanhada de diretores e técnicos, de membros do Conselho de Saúde, lideranças comunitárias e a presença maciça dos Vereadores, o encontro durou mais de três horas. Foi a grande oportunidade dos Vereadores pedirem soluções para os problemas aos quias eles são rotineiramente cobrados pela população. 
- Como resolver o problema da falta principalmente de pediatras nas Unidades Básicas de Saúde? O vice-prefeito fez questão de responder: 
- A falta de pediatras não é um problema gerado apenas pelo impedimento do índice de contratação de pessoal, mas essa é uma questão de falta de estrutura, uma questão técnica, burocrática e também de ordem jurídica. É difícil falar quando você não tem prova, mas algo muito estranho vinha acontecendo na gestão anterior do Cismepar – e se eu conseguir alguma prova vou levar tudo para o Ministério Público como fizemos com a carne estragada da Educação. O mais prático e radical seria romper, rescindir o contrato. Mas seria desleal e injusto com a nova diretoria do Cismepar que tem feito de tudo para resolver a falta de médicos e outros problemas que eles herdaram. Eles estão fazendo o possível para corrigir os erros do passado. Eles estão credenciando novos médicos e empresas e rompendo o monopólio que existia. A Prefeitura fez mais de 20 notificações no Cismepar, mas alguém engavetou. Estamos dando um voto de confiança, mas se até julho esse problema não for resolvido, então só nos restará romper essa parceria e buscar na iniciativa privada empresas que possam garantir a presença dos médicos conforme objeto do contrato.

Questionamentos do Vereador Paulo Soares.

- Sobre a necessidade de realizar reuniões nos bairros com igrejas e associações para conscientizar a população do grave problema da Dengue:
- A Secretária disse que essa é uma iniciativa válida. Ela lembrou que todo esforço tem sido feito, mas infelizmente os moradores continuam deixando entulhos e recipientes com água no quintal, o que permite a proliferação do mosquito. 
- Sobre o desvio de função de Agentes Comunitários de Saúde: 
- A Secretária negou que isso esteja ocorrendo. Ela explicou que, ocorreram restrições devido alguns de servidores que tiveram problemas de saúde. Alguns diziam que não podiam carregar bolsar e outros alegavam que estavam sem condições de caminhar. Mas todos estão passando por reavaliação médica. 
- Sobre a falta de enfermeiros e outros profissionais:
- Ela (a secretária) confirmou que existe um déficit de enfermeiros. Tem procurado profissionais para plantões nos finais de semana. Vai ser aberto concurso para repor, não para ampliar equipes devido as restrições para contratação de pessoal por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. 
- Sobre reformas nos Postos de Saúde do Silvino, Novo Bandeirantes e Clínica da Mulher
- A Secretária Adriane respondeu que são projetos que estão em estudo, porém, sem recursos para execução das obras. Ela negou qualquer possibilidade de fechamento da Clínica da Mulher. E explicou que pode ocorrer a transferência de equipe do Médico da Família da Clínica para a UBS do Bandeirantes para atender um novo projeto do Ministério da Saúde, mas ainda não há nada de oficial.

A Vereadora Alzira da Farmácia reforçou a necessidade de reforma e ampliação da UBS do Novo Bandeirantes. Ela também pediu a volta de ação com fumacê diante da infestação da Dengue naquela região. A resposta foi que a aplicação do Fumacê depende do Estado e o Brasil está em falta do insumo (veneno), responsabilidade do Governo Federal. Alzira também defendeu ação mais consistente em escolas e outros pontos de concentração de pessoas para aumentar a conscientização para o combate a Dengue.

Questionamentos do Vereador José Luis Dalto 

O Vereador José Luis Dalto lembrou que, além da falta de recursos a Saúde de forma geral precisa de uma gestão com mais eficiência e eficácia. Ele questionou sobre a falta de dentistas nas UBS:
- A responsável pelo setor de Odontologia, Priscilla Casaroto informou que, somente no ano passado, sete profissionais deixaram o serviço municipal. Ela afirmou que essa falta de dentistas vem de outras administrações. “Temos feito remanejamentos e estamos adotando outras estratégias para enfrentar essa alta demanda”, explicou. 
- Sobre a falta de pediatras e outros médicos nas UBS:
- A Secretária admitiu que, apesar de todo esforço, alguns horários ficam descobertos. Os casos mais graves são dos profissionais que faltam nos finais de semana, mesmo tendo anteriormente se comprometido com o referido plantão. No dia 5 haverá reunião para definir a escala do mês seguinte. Ela pediu para os Vereadores participarem.
- Sobre o agendamento de cirurgias e exames:
- A Secretária Adriane explicou que a situação é bastante crítica pois os pacientes encaminhados por Cambé dependem do fluxo de atendimento dos hospitais da Zona Norte e da Zona Sul. A fila é grande. A responsabilidade dessas cirurgias é do Estado, mas a insatisfação reflete no município. 
- Sobre parceria com Hospital São Francisco para diminuir as filas de espera:
- A Secretária respondeu que as poucas parcerias existentes foram suspensas pelo Hospital São Francisco. 

- Sobre as novas UBS: 
- A Secretária informou que está em fase de licitação dos móveis e mobiliários para posterior mudança para as quatro novas unidades.

O vereador Nilson da Bahia pediu maior esforço para continuidade da realização dos mutirões contra Dengue. “A ação tem que ser realizada antes da infestação como medida preventiva”, defendeu. Ele também cobrou reforma e ampliação da UBS do Jardim, São Paulo. E foi informado que aquela Unidade será ampliada com a construção de duas novas salas.

O Vereador Carlos Alberto Abud, o Berro, quis saber qual o índice de investimento está sendo feito na Saúde - ele lembrou que no ano passado foi de 34,5% da receita líquida. A resposta foi de que neste ano o investimento no setor será semelhante. Berro também pediu ao pessoal da Saúde para que sejam firmes em cobrar a Santa Casa para que ela preste o serviço pelo qual foi contratada e vem sendo paga pelo município, sobretudo na cobertura que deve ser dada pelos pediatras e outros profissionais médicos.

O Vereador Fábio Fernandes (Pio), lembrou que a Santa Casa está há 6 anos sob intervenção, com novo estatuto e novo conselho. Ele disse que tudo o que for feito de errado deve ser punido pela Justiça, mas Pio lembrou a importância e os relevantes serviços que a Santa Casa já prestou para a população cambeense ao longo de décadas. “Temos que analisar a questão da Santa Casa com muita calma e equilíbrio, pois se a Santa Casa deixar de atender ai sim será o caos", advertiu o Vereador. 
Os Vereadores fizeram questão de reconhecer a dedicação da direção da Saúde do Município e dos demais profissionais da área que, mesmo em situação adversa tem procurado fazer o melhor para atender a população. 
Ao final do encontro, depois de mais de 3 horas, o presidente da Câmara, José Carlos Camargo (Zezinho da Ração), elogiou o bom nível da audiência pública e agradeceu a todos os participantes.